O Impressionismo foi um movimento artístico que revolucionou
profundamente a pintura e deu início às grandes tendências da arte do século
XX. Havia algumas considerações gerais, muito mais práticas do que teóricas,
que os artistas seguiam em seus procedimentos técnicos para obter os resultados
que caracterizaram a pintura impressionista.
Principais características da pintura:
• A pintura deve registrar as tonalidades que os objetos
adquirem ao refletir a luz solar num determinado momento, pois as cores da
natureza se modificam constantemente, dependendo da incidência da luz do sol.
• As figuras não devem ter contornos nítidos, pois a linha é
uma abstração do ser humano para representar imagens.
• As sombras devem ser luminosas e coloridas, tal como é a
impressão visual que nos causam, e não escuras ou pretas, como os pintores
costumavam representá-las no passado.
• Os contrastes de luz e sombra devem ser obtidos de acordo
com a lei das cores complementares. Assim, um amarelo próximo a um violeta
produz uma impressão de luz e de sombra muito mais real do que o claro-escuro
tão valorizado pelos pintores barrocos.
• As cores e tonalidades não devem ser obtidas pela mistura
das tintas na paleta do pintor. Pelo contrário, devem ser puras e dissociadas
nos quadros em pequenas pinceladas. É o observador que, ao admirar a pintura,
combina as várias cores, obtendo o resultado final. A mistura deixa, portanto,
de ser técnica para se óptica.
A primeira vez que o público teve contato com a obra dos
impressionistas foi numa exposição coletiva realizada em Paris, em abril de
1874. Mas o público e a crítica reagiram muito mal ao novo movimento, pois
ainda se mantinham fiéis aos princípios acadêmicos da pintura.
Principais artistas:
Claude Monet
- incessante pesquisador da luz e seus efeitos, pintou
vários motivos em diversas horas do dia, afim de estudar as mutações coloridas
do ambiente com sua luminosidade. Obras Destacadas: Mulheres no Jardim e a
Catedral de Rouen em Pleno Sol.
O Expressionismo é a arte do instinto, trata-se de uma
pintura dramática, subjetiva, “expressando” sentimentos humanos. Utilizando
cores irreais, dá forma plástica ao amor, ao ciúme, ao medo, à solidão, à
miséria humana, à prostituição. Deforma-se a figura, para ressaltar o
sentimento. Predominância dos valores emocionais sobre os intelectuais.
Corrente artística concentrada especialmente na Alemanhaentre 1905 e 1930.
Principais características:
• pesquisa no domínio psicológico;
• cores resplandecentes, vibrantes, fundidas ou separadas;
• dinamismo improvisado, abrupto, inesperado;
• pasta grossa, martelada, áspera;
• técnica violenta: o pincel ou espátula vai e vem, fazendo
e refazendo, empastando ou provocando explosões;
• preferência pelo patético, trágico e sombrio
OBSERVAÇÃO:
Alguns historiadores determinam para esses pintores o
movimento ”Pós Impressionista”. Os pintores não queriam destruir os efeitos
impressionistas, mas queriam levá-los mais longe. Os três primeiros pintores abaixo
estão incluídos nessa designação.
Principais artistas:
Paul Gauguin, Paul Cézanne, Vincent Van Gogh, Toulouse-Lautrec, Edvard Munch.
O primeiro manifesto foi publicado no Le Fígaro de Paris, em
22/02/1909, e nele, o poeta italiano Marinetti, dizendo que "o esplendor
do mundo enriqueceu-se com uma nova beleza: a beleza da velocidade. Um
automóvel de carreira é mais belo que a Vitória de Samotrácia". O segundo
manifesto, de 1910, resultou do encontro do poeta com os pintores Carlo Carra,
Russolo, Severini, Boccioni e Giacomo Balla. Os futuristas saúdam a era
moderna, aderindo entusiasticamente à máquina. Para Balla, "é mais belo um
ferro elétrico que uma escultura". Para os futuristas, os objetos não se
esgotam no contorno aparente e seus aspectos se interpenetram continuamente a
um só tempo, ou vários tempos num só espaço. O grupo pretendia fortalecer a
sociedade italiana através de uma pregação patriótica que incluía a aceitação e
exaltação da tecnologia.
O futurismo é a concretização desta pesquisa no espaço
bidimensional. Procura-se neste estilo expressar o movimento real, registrando
a velocidade descrita pelas figuras em movimento no espaço. O artista futurista
não está interessado em pintar um automóvel, mas captar a forma plástica a
velocidade descrita por ele no espaço.
Principais artistas: GIACOMO BALLA, CARLO CARRA, UMBERTO
BOCCIONI.
Historicamente o Cubismo originou-se na obra de Cézanne,
pois para ele a pintura deveria tratar as formas da natureza como se fossem
cones, esferas e cilindros. Para Cézanne, a pintura não podia desvincular-se da
natureza, tampouco copiava a natureza; de fato, a transformava. Ele dizia:
“Mudo a água em vinho, o mundo em pintura”. E era verdade. Em suas telas, a
árvore da paisagem ou a fruta da natureza morte não eram a árvore e a fruta que
conhecemos – eram pintura. Preservavam-se as referências exteriores que as
identificavam como árvore ou fruta, adquiriam outra substância: eram seres do
mundo pictórico e não do mundo natural. Por isso, é correto dizer que Cézanne
pintava numa zona limite, na fronteira da natureza e da arte.
Entretanto, os cubistas foram mais longe do que Cézanne.
Passaram a representar os objetos com todas as suas partes num mesmo plano. É
como se eles estivessem abertos e apresentassem todos os seus lados no plano
frontal em relação ao espectador. Na verdade, essa atitude de decompor os
objetos não tinha nenhum compromisso de fidelidade com a aparência real das
coisas.
O pintor cubista tenta representar os objetos em três
dimensões, numa superfície plana, sob formas geométricas, com o predomínio de
linhas retas. Não representa, mas sugere a estrutura dos corpos ou objetos.
Representa-os como se movimentassem em torno deles, vendo-os sob todos os
ângulos visuais, por cima e por baixo, percebendo todos os planos e volumes.
Principais características:
• geometrização das formas e volumes
• renúncia à perspectiva
• o claro-escuro perde sua função
• representação do volume colorido sobre superfícies planas
• sensação de pintura escultórica
• cores austeras, do branco ao negro passando pelo cinza,
por um ocre apagado ou um castanho suave
Braque e Picasso, seguindo a lição de Cézanne deram inicio à
geometrização dos elementos da paisagem. Braque enviou alguns quadros para o
Salão de Outono de 1908, onde Matisse, como membro do júri, os viu e comentou:
“Ele despreza as formas, reduz tudo, sítios, figuras e casas, a esquemas
geométricos, a cubos”. Essa frase, citada por Louis Vauxcelles, em artigo
publicado, dias depois, no Gil Blas, daria o nome ao movimento.
O cubismo se divide em duas fases:
Cubismo Analítico
- (1909) caracterizado pela desestruturação da obra em todos
os seus elementos. Decompondo a obra em partes, o artista registra todos os
seus elementos em planos sucessivos e superpostos, procurando a visão total da
figura, examinado-a em todos os ângulos no mesmo instante, através da
fragmentação dela. Essa fragmentação dos seres foi tão grande, que se tornou
impossível o reconhecimento de qualquer figura nas pinturas cubistas. A cor se
reduz aos tons de castanho, cinza e bege.
Cubismo Sintético
- (1911) reagindo à excessiva fragmentação dos objetos e à
destruição de sua estrutura. Basicamente, essa tendência procurou tornar as
figuras novamente reconhecíveis. Também chamado de Colagem porque introduz
letras, palavras, números, pedaços de madeira, vidro, metal e até objetos inteiros
nas pinturas. Essa inovação pode ser explicada pela intenção dos artistas em
criar efeitos plásticos e de ultrapassar os limites das sensações visuais que a
pintura sugere, despertando também no observador as sensações táteis.
Principais artistas: Pablo
Picasso, Georges Braque, Juan Gris, Fernand Léger.
DESDOBRAMENTOS DO CUBISMO NO BRASIL
Dos artistas brasileiros destacamos: Tarsila Do Amaral, Vicente do Rego
Monteiro.
CUBISMO: O VERDADEIRO INICIO DA ARTE CONTEMPORÂNEA
De fato, do cubismo nasceu a arte geométrico-construtiva,
uma vez que nele se inspirou Piet Mondrian para criar o neoplasticismo, de que
derivaria a arte concreta, a arte neoconcreta brasileira e a optical art; o
papier collé, introduzido nos quadros cubistas por Braque e Picasso, estão na
origem das colagens de Kurt Schwitters que, mais tarde, com seus merzbilder,
criaria as primeiras ‘instalações’; também, através de Picabia e Duchamp, que
aderiram ao cubismo, dá origem ao dadaísmo e ao futurismo, movimentos que
tiveram grande influência do desenrolar da arte moderna, principalmente o
primeiro, inspirador da arte pop americana. O cubismo influiu sobre as
vanguardas russas do começo do século, desdobrando-se ali no suprematismo, de
Malevitch, no construtivismo, Pevsner e Gabo, bem como nos contra relevos de
Tatlin e Rodchenko. Deve-se acrescentar ainda a antecipação, ali verificada, da
arte objeto, uso de novos materiais e a reciclagem dos chamados objetos do
cotidiano, de que são exemplos as ‘esculturas’ (bandolins, guitarras, etc.)
construídas por Picasso por volta de 1911 e 12.
Em face de tão raro fenômeno, cabe perguntar por que teve o
cubismo papel tão decisivo e fecundador a arte do século 20. A resposta está
obviamente na natureza desse movimento, nos fatores que o engendraram, na nova
atitude em face a arte, adotada pelos seus dois protagonistas, o espanhol Pablo
Picasso e o francês Georges Braque.
De nenhum movimento artístico é possível dizer em que data
exata nasceu, uma vez que se trata de um processo, de uma síntese de fatores
convergentes que vão aos poucos ganhando corpo e se definindo. Com o cubismo
não foi diferente. Críticos e historiadores, na sua maioria, admitem que dois
fatores mais importantes que determinaram o nascimento do cubismo foram, de um
lado, a influência de Cézanne sobre Braque e, de outro, a descoberta da
escultura negra por Picasso. Naturalmente, a ação desses fatores foi estimulada
esgotamento da linguagem impressionista. Assim, o sentido de construção formal,
comum à pintura de Cézanne e à escultura negra, forneceu aos jovens Braque e
Picasso as armas necessárias para agirem à linguagem invertebrada do
impressionismo agonizante. Deve admitir, com Guillaume Apollinaire, que o
fauvismo de André Derain e Henri Matisse já havia aberto o caminho para uma
arte mais construída e menos sujeita à imitação do mundo exterior. O
pontilhismo de Seurat, por sua objetividade construtiva, também de algum modo
preparou o terreno para a mudança futura. Mas nem um nem outro tocava no cerne
da questão que deflagrou a reviravolta estética promovida pelo cubismo.
Formado em 1916 em Zurique por jovens franceses e alemães
que, se tivessem permanecido em seus respectivos países, teriam sido convocados
para o serviço militar, o Dada foi um movimento de negação. Durante a Primeira
Guerra Mundial, artistas de várias nacionalidades, exilados na Suíça, eram
contrários ao envolvimento dos seus próprios países na guerra.
Fundaram um movimento literário para expressar suas
decepções em relação a incapacidade da ciências, religião, filosofia que se
revelaram pouco eficazes em evitar a destruição da Europa. A palavra Dada foi
descoberta acidentalmente por Hugo Ball e por Tristan Tzara num dicionário
alemão-francês. Dada é uma palavra francesa que significa na linguagem infantil
"cavalo de pau". Esse nome escolhido não fazia sentido, assim como a
arte que perdera todo o sentido diante da irracionalidade da guerra.
Sua proposta é que a arte ficasse solta das amarras
racionalistas e fosse apenas o resultado do automatismo psíquico, selecionado e
combinando elementos por acaso. Sendo a negação total da cultura, o Dadaísmo
defende o absurdo, a incoerência, a desordem, o caos. Politicamente , firma-se
como um protesto contra uma civilização que não conseguiria evitar a guerra.
Ready-Made significa confeccionado, pronto. Expressão criada
em 1913 pelo artista francês Marcel Duchamp para designar qualquer objeto
manufaturado de consumo popular, tratado como objeto de arte por opção do
artista.
O Dadaísmo é a total falta de perspectiva diante da guerra;
daí ser contra as teorias, as ordenações lógicas. Aliás, também é contra os
manifestos, como afirma um dos seus iniciadores, Tristan Tzara (1896-1963), em
seu manifesto Dada, 1918:
"Eu escrevo um manifesto e não quero nada, eu digo
portanto certas coisas e sou por princípio contra os manifestos, como sou
também contra os princípios."
São também palavras dele: "Que cada homem grite: há um
grande trabalho destrutivo, negativo, a executar. Varrer, limpar, A propriedade
do indivíduo se afirma após o estado de loucura, de loucura agressiva,
completa, de um mundo abandonado entre as mãos dos bandidos que rasgam e
destroem os séculos." "Liberdade: DADÁ DADÁ DADÁ, uivos das dores
crispadas, entrelaçamentos dos contrários e de todas as contradições, dos grotescos,
das inconsequencias: A VIDA."
O fim do Dadá como atividade de grupo ocorreu por volta de
1921.
Principais
artistas: Marcel Duchamp, François Picabia, Max Ernest, Man Ray.
A arte abstrata tende a suprimir toda a relação entre a
realidade e o quadro, entre as linhas e os planos, as cores e a significação
que esses elementos podem sugerir ao espírito. Quando a significação de um
quadro depende essencialmente da cor e da forma, quando o pintor rompe os
últimos laços que ligam a sua obra à realidade visível, ela passa a ser
abstrata.
Abstracionismo Geométrico ou Formal, as formas e as cores
devem ser organizadas de tal maneira que a composição resultante seja apenas a
expressão de uma concepção geométrica.
Neoplasticismo, seu criador e principal teórico foi Piet
Mondrian. Onde as cores e as formas são organizadas de maneira que a composição
resulte apenas na expressão de uma concepção geométrica. Resulta às linhas
verticais e horizontais e às cores puras (vermelho, azul e amarelo). O ângulo
reto é o símbolo do movimento, sendo rigorosamente aplicado à arquitetura.
PRINCIPAIS ARTISTAS: PIET MONDRIAN, KAZIMIR MALEVITCH
Suprematismo, é uma pintura com base nas formas geométricas
planas, sem qualquer preocupação de representação. Os elementos principais são:
retângulo, círculo, triângulo e a cruz. O manifesto do Suprematismo, assinado
por Malevitch e Maiakovski, poeta russo, foi um dos principais integrantes do
movimento futurista em seu país, defendia a supremacia da sensibilidade sobre o
próprio objeto. Mais racional que as obras abstratas de Kandisky e Paul Klee,
reduz as formas, à pureza geométrica do quadrado. Suas características são
rígidas e se baseiam nas relações formais e perceptivas entre a forma e a cor.
Pesquisa os efeitos perceptivos do quadrado negro sobre o campo branco, nas
variações ambíguas de fundo e forma.
ABSTRACIONISMO SENSÍVEL
A arte abstrata tende a suprimir toda a relação entre a realidade
e o quadro, entre as linhas e os planos, as cores e a significação que esses
elementos podem sugerir ao espírito. Quando a significação de um quadro depende
essencialmente da cor e da forma, quando o pintor rompe os últimos laços que
ligam a sua obra à realidade visível, ela passa a ser abstrata.
Abstracionismo Sensível ou Informal predominam os
sentimentos e emoções. As cores e as formas são criadas livremente. Na Alemanha
surge o movimento denominado "Der blaue Reiter" (O Cavaleiro Azul)
cujos fundadores são os Kandinsky, Franz Marc entre outros. Uma arte abstrata,
que coloca na cor e forma a sua expressividade maior. Estes artistas se
aprofundam em pesquisas cromáticas, conseguindo variações espaciais e formais
na pintura, através das tonalidades e matizes obtidos. Eles querem um
expressionismo abstrato, sensível e emotivo. Com a forma, a cor e alinha, o
artista é livre para expressar seus sentimentos interiores, sem relacioná-los a
lembrança do mundo exterior. Estes elementos da composição devem Ter uma
unidade e harmonia, tal qual uma obra musical.
Principais Artistas: FRANZ MARC, WASSILY KANDINSKY.
Tachismo (de tache = mancha). Formado por manchas coloridas
colocadas lado a lado em um certo parâmetro ou limite, no mínimo o braço do
artista. Também existe um tipo de abstrato informal formado por manchas, porém,
elas não possuem parâmetro definido pelo braço do artista como no Tachismo. São
manchas criadas impulsivamente com toda a liberdade ou efusão emocional do
artista.
-Grafismo é todo abstracionismo formado por uma grafia não
cognificada.
-Orfismo tem ligação com a música. Principal artista: Sonia
Delaunay.
-Raionismo formado por raios, estanques, deslizes e riscos
com luminosidade. Principal artista: Larionov/Gontcharova
-Action Painting ou pintura de ação gestual, criada por
Jackson Pollock nos anos de 1947 a 1950 faz parte da Arte Abstrata Americana.
Em 1937, fundou-se nos Estados Unidos, a Sociedade dos Artistas Abstratos. O
abstracionismo cresce e se desenvolve nas Américas, chegando à criação de um
estilo original.
Características da Pintura:
• Compreensão da pintura como meio de emoções intensas.
• Execução cheia de violenta agressividade, espontaneidade e
automatismo.
• Destruição dos meios tradicionais de execução - pincéis,
trincha, espátulas, etc.
• Técnica: pintura direta na parede ou no chão, em telas
enormes, utilizando tinta à óleo, pasta espessa de areia, vidro moído.
Principal Artista: JACKSON POLLOCK, WILLEM DE KOONING.
Em épocas passadas, quando o Iníciom vivia em contato com a
natureza, e quando ele mesmo era mais natural que hoje, exprimia seu pensamento
com traços, combinações repetitivas e desenhos geométricos, que para ele
simbolizava algo.
Em geral, assim foi no inicio das civilizações, como podemos
comprovar se observarmos os desenhos na arte cerâmica e nos outros utensílios
de nossos índios.
Gradativamente, o Iníciom foi desenvolvendo o interesse por
representar o mundo visível, imitando a natureza, e durante séculos este
sistema foi sendo aperfeiçoado e adotado, principalmente na Arte Ocidental.
Esculturas, pinturas e gravuras, deviam ser imagens da realidade.
Entretanto, por uma série de razões históricas e estéticas,
alguns artistas europeus no inicio do século 20, procuraram romper com todo um
passado de arte figurativa, propondo uma nova maneira de representação.
Para melhor entendimento da arte abstrata há duas tendências
principais: uma mais lírica, subjetiva e espiritual e outra mais intelectual,
da regra, da geometria, embora as duas tenham em comum uma raiz idealista e
mística.
Da primeira, é preciso lembrar do pintor russo Wassily
Kandinsky (1886-1944), que já em 1910 fazia aquarelas abstratas. Para ele, toda
forma tem um conteúdo, nela mesma, o artista se serve das formas como teclas de
um piano, ao tocá-las “põe vibração a alma humana”. Um quadro pode emocionar
como a música apenas pelas linhas, formas e cores, mas com autonomia do mundo
visível, proporcionando liberdade de interpretação e estímulo para a
imaginação.
Da outra tendência, cujas idéias inspiram-se na perfeição
das leis cientificas e matemáticas, podemos citar o artista, também russo,
Malevitch (1878-1935), que em 1913 declara que: “Para libertar a arte do peso
da subjetividade, me refugiei na forma do quadrado negro sobre um fundo branco,
os críticos e o público se queixaram.”
O expoente mais seguro do abstracionismo geométrico é Piet
Mondrian, holandês (1872-1944), que expõe “a mais pura representação do
Universo”, restringindo-se a linhas verticais e horizontais, limitando as cores
para as primárias (azul, vermelho e amarelo) e não as cores como o branco e o
preto.
Por volta de 1930, com o desenvolvimento do abstracionismo
dizer “arte abstrata” era impróprio, pois ela não abrangia representações tão
diversas.
Assim, nesse mesmo ano, o artista holandês Theo Van
Doesburg, declara que: “Pintura concreta e não abstrata, pois nada é mais
concreto, mais real que uma linha, uma cor, uma superfície... Uma mulher, uma
árvore, uma vaca, são concretos no estado natural, mas no estado de pintura são
abstratos, ilusórios, vagos, especulativos, ao passo que um plano é um plano,
uma linha é uma linha, nem mais nem menos.”
O movimento concretista encontra precedentes imediatos nos
holandeses Mondrian e Theo Van Doesburg, que rejeitam a subjetividade e criam
um idioma plástico universal. No movimento russo, o construtivismo, que além de
uma arte visual e abstrata, propõem um arte integrada à ciência, à técnica, à
transformação social. Na Bauhaus (Alemanha, 1919-1933), Escola Superior de
Criação Industrial que leva a arte para o design.
Seguidor das idéias de Theo Van Doesburg, Max Bill, nascido
na Suíça, em 1908, dá continuidade ao concretismo a partir de 1936. Sediado na
Suíça, o movimento espalha-se pela América Latina, Argentina e, posteriormente,
Brasil e Alemanha.
Em 1950, o MASP (Museu de Arte de São Paulo) organiza uma
exposição do conjunto das obras de Max Bill – arquitetura, escultura e pintura
–, que foi fundamental para o conhecimento da arte concreta no Brasil.
ARTE CONCRETA NO BRASIL
A época da penetração e desenvolvimento da arte geométrica
no Brasil coincide com a euforia de desenvolvimento do pós-2ª Guerra Mundial,
com a implantação de indústrias nacionais como a automobilística, a criação da
Petrobras, siderúrgicas, o crescimento das cidades e novos meios de
comunicação, como a televisão.
Importante lembrar que, no mesmo período, houve a criação do
Museu de Arte de São Paulo (MASP), em 1947, e do Museu de Arte Moderna (MAM),
em 1948, que se empenharam em formar acervos e promover exposições.
Fundamental citar também a criação da I Bienal Internacional
de São Paulo, em 1951, que divulgou artistas nacionais e internacionais,
proporcionando contato com diversas tendências internacionais. Na mesma data,
já se esboçava o movimento concreto, em São Paulo e no Rio de Janeiro.
O marco histórico na Arte Concreta no Brasil é o Grupo
Ruptura, paulista, que apresenta um manifesto em 1952, Manifesto Ruptura,
lançado na exposição do MAM de São Paulo, e assinado por: Waldemar Cordeiro,
artista e portavoz do grupo, Sacilotto, Lothar Charoux, Anatol Wladyslaw,
Kazmer Féjer, Leopold Haar e Geraldo de Barros. Este grupo queria criar formas
novas de princípios novos, baseavam-se numa teoria rigorosa.
Em 1956 é realizada no MAM, São Paulo, a I Exposição
Nacional de Arte Concreta, ocasião que é lançado o Manifesto da Poesia Concreta
(interação de conceber o poema como um todo matematicamente planejado).
Neste momento, as divergências entre os grupos concretistas
Frente (Rio) e Ruptura (São Paulo) vêm à tona. Os artistas cariocas, sem abrir
mão do vocabulário abstrato, querem liberdade de criação, sem o rigor dos
paulistas.
É o neoconcretismo, cujo manifesto aparece no catálogo da I
Expo Neoconcreta (1959) com trabalhos de Amílcar de Castro, Ferreira Gular,
Franz Weissmann, Lygia Clark, Lygia Pape, Reinaldo Jardim e Théon Spanudis.
Os elementos principais do concretismo são:
• Aspiração a uma linguagem de comunicação universal, com
autonomia da arte com o mundo exterior.
• Integração do trabalho de arte na produção industrial,
crença na tecnologia.
• Função social, informação a todos, aplicação em todas as
áreas de comunicação visual, ao artista cabe contribuir de modo abrangente para
a socialização da boa forma, no design, na tipografia, etc.
• Utilização tanto no suporte como na matériaprima de
materiais industrializados, produzidos em série, como ferro, alumínio, tinta
esmalte, etc.
• Baseiam-se no rigor geométrico, na matemática, que estrutura
ritmos e relações.
• Eliminam o gesto, o sinal da mão. O desenho é preciso,
feito com régua e compasso.
¹ O concretismo conhece seu período mais ativo nos anos 50.
Progression in 6 stages de Max Bill, noMuseu Colecção Berardo, Lisboa.
Nas duas primeiras décadas do século XX, os estudos
psicanalíticos de Freud e as incertezas políticas criaram um clima favorável
para o desenvolvimento de uma arte que criticava a cultura européia e a frágil
condição humana diante de um mundo cada vez mais complexo. Surgem movimentos
estéticos que interferem de maneira fantasiosa na realidade.
O surrealismo foi por excelência a corrente artística
moderna da representação do irracional e do subconsciente. Suas origens devem
ser buscadas no dadaísmo e na pintura metafísica de Giorgio De Chirico. Este
movimento artístico surge todas às vezes que a imaginação se manifesta
livremente, sem o freio do espírito crítico, o que vale é o impulso psíquico.
Os surrealistas deixam o mundo real para penetrarem no irreal, pois a emoção
mais profunda do ser tem todas as possibilidades de se expressar apenas com a
aproximação do fantástico, no ponto onde a razão humana perde o controle.
A publicação do Manifesto do Surrealismo, assinado por André
Breton em outubro de 1924, marcou historicamente o nascimento do movimento.
Nele se propunha a restauração dos sentimentos humanos e do instinto como ponto
de partida para uma nova linguagem artística. Para isso era preciso que o
Iníciom tivesse uma visão totalmente introspectiva de si mesmo e encontrasse
esse ponto do espírito no qual a realidade interna e externa é percebida
totalmente isentas de contradições.
A livre associação e a análise dos sonhos, ambos os métodos
da psicanálise freudiana, transformaram-se nos procedimentos básicos do
surrealismo, embora aplicados a seu modo. Por meio do automatismo, ou seja,
qualquer forma de expressão em que a mente não exercesse nenhum tipo de
controle, os surrealistas tentavam plasmar, seja por meio de formas abstratas
ou figurativas simbólicas, as imagens da realidade mais profunda do ser humano:
o subconsciente.
O Surrealismo apresenta relações com o Futurismo e o
Dadaísmo. No entanto, se os dadaístas propunham apenas a destruição, os
surrealistas pregavam a destruição da sociedade em que viviam e a criação de
uma nova, a ser organizada em outras bases. Os surrealistas pretendiam, dessa
forma, atingir outra realidade, situada no plano do subconsciente e do
inconsciente. A fantasia, os estados de tristeza e melancolia exerceram grande
atração sobre os surrealistas, e nesse aspecto eles se aproximam dos
românticos, embora sejam muito mais radicais.
Movimento principalmente americano e britânico, sua
denominação foi empregada pela primeira vez em 1954, pelo crítico inglês
Lawrence Alloway, para designar os produtos da cultura popular da civilização
ocidental, sobretudo os que eram provenientes dos Estados Unidos.
Com raízes no dadaísmo de Marcel Duchamp, o pop art começou
a tomar forma no final da década de 1950, quando alguns artistas, após estudar
os símbolos e produtos do mundo da propaganda nos Estados Unidos, passaram a
transformá-los em tema de suas obras.
Representavam, assim, os componentes mais ostensivos da
cultura popular, de poderosa influência na vida cotidiana na segunda metade do
século XX. Era a volta a uma arte figurativa, em oposição ao expressionismo
abstrato que dominava a cena estética desde o final da segunda guerra. Sua
iconografia era a da televisão, da fotografia, dos quadrinhos, do cinema e da
publicidade.
Com o objetivo da crítica irônica do bombardeamento da
sociedade pelos objetos de consumo, ela operava com signos estéticos
massificados da publicidade, quadrinhos, ilustrações e designam, usando como
materiais principais, tinta acrílica, ilustrações e designs, usando como
materiais, usando como materiais principais, tinta acrílica, poliéster, látex,
produtos com cores intensas, brilhantes e vibrantes, reproduzindo objetos do
cotidiano em tamanho consideravelmente grande, transformando o real em
hiper-real. Mas ao mesmo tempo que produzia a crítica, a Pop Art se apoiava e
necessitava dos objetivos de consumo, nos quais se inspirava e muitas vezes o
próprio aumento do consumo, como aconteceu por exemplo, com as Sopas Campbell,
de Andy Warhol, um dos principais artistas da Pop Art. Além disso, muito do que
era considerado brega, virou moda, e já que tanto o gosto, como a arte tem um
determinado valor e significado conforme o contexto histórico em que se
realiza, a Pop Art proporcionou a transformação do que era considerado vulgar,
em refinado, e aproximou a arte das massas, desmitificando, já que se utilizava
de objetos próprios delas, a arte para poucos.
Principais Artistas: Robert
Rauschenberg, Roy Lichtenstein, Andy
Warhol.
NO BRASIL
A década de 60 foi de grande efervescência para as artes
plásticas no pais. Os artistas brasileiros também assimilaram os expedientes da
pop art como o uso das impressões em silkscreen e as referências aos gibis.
Dentre os principais artistas estão Duke Lee, Baravelli, Fajardo, Nasser,
Resende, De Tozzi, Aguilar e Antonio Henrique Amaral.
A obra de Andy Warhol expunha uma visão irônica da cultura
de massa. No Brasil, seu espírito foi subvertido, pois, nosso pop usou da mesma
linguagem, mas transformou-a em instrumento de denúncia política e social.
Andy Warhol
Warhol é conhecido como o príncipe da Pop Art e sua obra é referência até hoje para designers, artistas, publicitários, diretores de arte, fotógrafos , cineastas e muitos outros profissionais ligados às artes.
A expressão “op-art” vem do inglês (optical art) e significa
“arte óptica”. Defendia para arte "menos expressão e mais
visualização". Apesar do rigor com que é construída, simboliza um mundo
precário e instável, que se modifica a cada instante.
Apesar de ter ganhado força na metade da década de 1950, a
Op Art passou por um desenvolvimento relativamente lento. Ela não tem o ímpeto
atual e o apelo emocional da Pop Art; em comparação, parece excessivamente
cerebral e sistemática mais próxima das ciências do que das humanidades. Por
outro lado, suas possibilidades parecem ser tão ilimitadas quanto as da ciência
e da tecnologia.
Principais artistas: Alexander Calder, Victor Vassarely.
Essa arte nova aparece inicialmente através da atividade
crítica e literária de Oswald de Andrade, Menotti del Picchia, Mário de Andrade
e alguns outros artistas que vão se conscientizando do tempo em que vivem.
Oswald de Andrade, já em 1912, começa a falar do Manifesto Futurista, de
Marinetti, que propõe “o compromisso da literatura com a nova civilização
técnica”.
Mas, ao mesmo tempo, Oswald de Andrade alerta para a
valorização das raízes nacionais, que devem ser o ponto de partida para os
artistas brasileiros. Assim, cria movimentos, como o Pau-Brasil, escreve para
os jornais expondo suas idéias renovadoras de grupos de artistas que começam a
se unir em torno de uma nova proposta estética. Antes dos anos 20, são feitas
em São Paulo duas exposições de pintura que colocam a arte moderna de um modo
concreto para os brasileiros: a de Lasar Segall, em 1913, e a de Anita
Malfatti, em 1917.
A exposição de Anita Malfatti provocou uma grande polêmica
com os adeptos da arte acadêmica. Dessa polêmica, o artigo de Monteiro Lobato
para o jornal O Estado de S. Paulo, intitulado: “A propósito da Exposição
Malfatti”, publicado na seção “Artes e Artistas” da edição de 20 de dezembro de
1917, foi a reação mais contundente dos espíritos conservadores.
No artigo publicado nesse jornal, Monteiro Lobato, preso a
princípios estéticos conservadores, afirma que “todas as artes são regidas por
princípios imutáveis, leis fundamentais que não dependem do tempo nem da
latitude”. Mas Monteiro Lobato vai mais longe ao criticar os novos movimentos
artísticos. Assim, escreve que “quando as sensações do mundo externo
transformaram-se em impressões cerebrais, nós ‘sentimos’; para que sintamos de
maneira diversa, cúbica ou futurista, é forçoso ou que a harmonia do universo
sofra completa alteração, ou que o nosso cérebro esteja em ‘pane’ por virtude
de alguma grave lesão. Enquanto a percepção sensorial se fizer normalmente no
Iníciom, através da porta comum dos cinco sentidos, um artista diante de um
gato não poderá ‘sentir’ senão um gato, e é falsa a ‘interpretação que do
bichano fizer um totó, um escaravelho ou um amontoado de cubos transparentes”.
Em posição totalmente contrária à de Monteiro Lobato
estaria, anos mais tarde, Mário de Andrade. Suas idéias estéticas estão
expostas basicamente no “Prefácio Interessantíssimo” de sua obra Paulicéia
Desvairada, publicada em 1922. Aí, Mário de Andrade afirma que:
“Belo da arte: arbitrário convencional, transitório - questão
de moda. Belo da natureza: imutável, objetivo, natural - tem a eternidade que a
natureza tiver. Arte não consegue reproduzir natureza, nem este é seu fim.
Todos os grandes artistas, ora conscientes (Rafael das Madonas, Rodin de
Balzac.Beethoven da Pastoral, Machado de Assis do Braz Cubas) ora inconscientes
( a grande maioria) foram deformadores da natureza. Donde infiro que o belo
artístico será tanto mais artístico, tanto mais subjetivo quanto mais se
afastar do belo natural. Outros infiram o que quiserem. Pouco me importa”.
(Mário de Andrade, Poesias Completas)
Embora existia uma diferença de alguns anos entre a
publicação desses dois textos, eles colocam de uma forma clara as idéias em que
se dividiram artistas e críticos diante da arte. De um lado, os que tendiam que
a arte fosse uma cópia fiel do real; do outro, os que almejavam uma tal
liberdade criadora para o artista, que ele não se sentisse cerceado pelo
limites da realidade.
Essa divisão entre os defensores de uma estética
conservadora e os de uma renovadora, prevaleceu por muito tempo e atingiu seu
clímax na Semana de Arte Moderna realizada nos dias 13, 15 e 17 de fevereiro de
1922, no Teatro Municipal de São Paulo. No interior do teatro, foram
apresentados concertos e conferências, enquanto no saguão foram montadas
exposições de artistas plásticos, como os arquitetos Antonio Moya e George
Prsyrembel, os escultores Vítor Brecheret e W. Haerberg e os desenhistas e
pintores Anita Malfatti, Di Cavalcanti, John Graz, Martins Ribeiro, Zina Aita,
João Fernando de Almeida Prado, Ignácio da Costa Ferreira, Vicente do Rego
Monteiro e Di Cavalcanti (o idealizador da Semana e autor do desenho que
ilustra a capa do catálogo).
Manifesto Antropofágico
Publicado na Revista Antropofagia (1928), propunha basicamente
a devoração da cultura e das técnicas importadas e sua reelaboração com
autonomia, transformando o produto importado em exportável. O nome do manifesto
recuperava a crença indígena: os índios antropófagos comiam o inimigo, supondo
que assim estavam assimilando suas qualidades.
A idéia do manifesto surgiu quando Tarsila do Amaral, para
presentear o então marido Oswald de Andrade, deu-lhe como presente de
aniversário a tela Abaporu (aba = Iníciom; poru = que come).
Estes
eventos da Semana de Arte Moderna foram o marco mais caracterizador da
presença, entre nós, de uma nova concepção do fazer e compreender a obra de
arte.
EXPRESSIONISMO (BRASIL)
No Brasil, observa-se, como nunca, um desejo expresso e
intenso de pesquisar nossa realidade social, espiritual e cultural. A arte
mergulha fundo no tenso panorama ideológico da época, buscando analisar as
contradições vividas pelo país e representá-las pela linguagem estética.
Principais Artistas:
Lasar Segall
- De volta da Alemanha, até 1923, seu desenho anguloso e
suas cores fortes procuram expressar as paixões e os sofrimentos de ser
humanos. Em 1924, retornando para o Brasil, assumiu uma temática brasileira:
seus personagens agora são mulatas, prostitutas e marinheiros; sua paisagem,
favelas e bananeiras. Em 1929, o artista dedica-se à escultura em madeira,
pedra e gesso. Mas entre os anos de 1936 e 1950, sua pintura volta-se para os
grandes temas universais, sobretudo para o sofrimento e a solidão.
Anita Malfatti
- Sua arte era livre das limitações que o academicismo
impunha, seus trabalhos se tornaram marcos na pintura moderna brasileira, por
seu comprometimento com as novas tendências.
Obras destacadas: A Estudante Russa, O Iníciom Amarelo,
Mulher de Cabelos Verdes e Caboclinha.
Candido Portinari
- Importante pintor brasileiro, cuja temática expressa o
papel que os artistas da época propunham: denunciar as desigualdades da sociedade
brasileira e as consequências desse desequilíbrio. Seu trabalho ficou conhecido
internacionalmente através dos corpos humanos sugerindo volume e pés enormes
que fazem com que as figuras pareçam relacionar-se intimamente com a terra,
esta sempre pintada em tons muito vermelhos. Portinari pintou painéis para o
pavilhão brasileiro da Feira Mundial de Nova York, Via Crucis - para a igreja
de São Francisco, na Pampulha, Belo Horizonte (MG) e murais da sala da Fundação
Hispânica na Biblioteca do Congresso, em Washington. Sua pintura retratou os
retirantes nordestinos, a infância em Brodósqui, os cangaceiros e temas de
conteúdo histórico como Tiradentes, atualmente no Memorial da América Latina,
em São Paulo, e o painel A Guerra e a Paz, pintado em 1957 para a sede da ONU.
*
TRABALHO DE
RECUPERAÇÃO – 3ª SÉRIE (PARA OS ALUNOS QUE NÃO COMPLETARAM 10 PONTOS NO 1º
SEMESTRE)
LEIA OS TEXTOS ABAIXO QUE SE ENCONTRAM NO MATERIAL 3º ANO – FEVEREIRO E
FAÇA RESUMOS MANUSCRITOS EM FOLHA DE ALMAÇO DE CADA ITEM.
No ano de 622, o profeta Maomé se exilou (hégira) na cidade de Yatrib e para aquela que desde então se conhece como Medina (Madinat al-Nabi, cidade do profeta). De lá, sob a orientação dos califas, sucessores do profeta, começou a rápida expansão do Islã até a Palestina, Síria, Pérsia, Índia, Ásia Menor, Norte da África e Espanha. De origem nômade, os muçulmanos demoraram certo tempo para estabelecer-se definitivamente e assentar as bases de uma estética própria com a qual se identificassem.
Ao fazer isso, inevitavelmente devem ter absorvido traços estilísticos dos povos conquistados, que, no entanto souberam adaptar muito bem ao seu modo de pensar e sentir, transformando-os em seus próprios sinais de identidade. Foi assim que as cúpulas bizantinas coroaram suas mesquitas, e os esplêndidos tapetes persas, combinados com os coloridos mosaicos, as decoraram. Aparentemente sensual, a arte islâmica foi na realidade, desde seu início, conceitual e religiosa.
No âmbito sagrado evitou-se a arte figurativa, concentrando-se no geométrico e abstrato, mais simbólico do que transcendental. A representação figurativa era considerada uma má imitação de uma realidade fugaz e fictícia. Daí o emprego de formas como os arabescos, resultado da combinação de traços ornamentais com caligrafia, que desempenham duas funções: lembrar o verbo divino e alegrar a vista. As letras lavradas na parede lembram o neófito, que contempla uma obra feita para deus.
Na complexidade de sua análise, a arte islâmica se mostra, no início, como exclusividade das classes altas e dos príncipes mecenas, que eram os únicos economicamente capazes de construir mesquitas, mausoléus e mosteiros. No entanto, na função de governantes e guardiães do povo e conscientes da importância da religião como base para a organização política e social, eles realizavam suas obras para a comunidade de acordo com os preceitos muçulmanos: oração, esmola, jejum e peregrinação.
ARQUITETURA
As mesquitas (locais de oração) foram construídas entre os séculos VI e VIII, seguindo o modelo da casa de Maomé em Medina: uma planta quadrangular, com um pátio voltado para o sul e duas galerias com teto de palha e colunas de tronco de palmeira. A área de oração era coberta, enquanto no pátio estavam as fontes para as abluções. A casa de Maomé era local de reuniões para oração, centro político, hospital e refúgio para os mais pobres. Essas funções foram herdadas por mesquitas e alguns edifícios públicos.
No entanto, a arquitetura sagrada não manteve a simplicidade e a rusticidade dos materiais da casa do profeta, sendo exemplo disso as obras dos primeiros califas: Basora e Kufa, no Iraque, a Cúpula da Roca, em Jerusalém, e a Grande Mesquita de Damasco. Contudo, persistiu a preocupação com a preservação de certas formas geométricas, como o quadrado e o cubo. O geômetra era tão importante quanto o arquiteto. Na realidade, era ele quem realmente projetava o edifício, enquanto o segundo controlava sua realização.
A cúpula de pendentes, que permite cobrir o quadrado com um círculo, foi um dos sistemas mais utilizados na construção de mesquitas, embora não tenha existido um modelo comum. As numerosas variações locais mantiveram a distribuição dos ambientes, mas nem sempre conservaram sua forma. As mesquitas transferiram depois parte de suas funções aos edifícios públicos: por exemplo, as escolas de teologia, semelhantes àquelas na forma. A construção de palácios, castelos e demais edifícios públicos merece um capítulo à parte.
As residências dos emires constituíram uma arquitetura de segunda classe em relação às mesquitas. Seus palácios eram planejados num estilo semelhante, pensados como um microcosmo e constituíam o hábitat privativo do governante. Exemplo disso é o Alhambra, em Granada. De planta quadrangular e cercado de muralhas sólidas, o palácio tinha aspecto de fortaleza, embora se comunicasse com a mesquita por meio de pátios e jardins. O aposento mais importante era o diwan ou sala do trono.
Outra das construções mais originais e representativas do Islã foi o minarete, uma espécie de torre cilíndrica ou octogonal situada no exterior da mesquita a uma altura significativa, para que a voz do almuadem ou muezim pudesse chegar até todos os fiéis, convidando-os à oração. A Giralda, em Sevilha, era o antigo minarete da cidade. Outras construções representativas foram os mausoléus ou monumentos funerários, semelhantes às mesquitas na forma e destinados a santos e mártires.
TAPETES
Os tapetes e tecidos desde sempre tiveram um papel muito importante na cultura e na religião islâmicas. Para começar, como povo nômade, esses eram os únicos materiais utilizados para decorar o interior das tendas. À medida que foram se tornando sedentários, as sedas, brocados e tapetes passaram a decorar palácios e castelos, além de cumprir uma função fundamental nas mesquitas, já que o muçulmano, ao rezar, não deve ficar em contato com a terra.
Diferentemente da tecedura dos tecidos, a do tapete constitui uma unidade em si mesma. Os fabricados antes do século XVI chamam-se arcaicos e possuem uma trama de 80 000 nós por metro quadrado. Os mais valiosos são de origem persa e têm 40 000 nós por decímetro quadrado. As oficinas mais importantes foram as de Shiraz, Tabriz e Isfahan, no Oriente, e Palermo, no Ocidente. Entre os desenhos mais clássicos estão os de utensílios, de motivos florais, de caça, com animais e plantas, e os geométricos, de decoração.
PINTURA E GRÁFICA
As obras de pintura islâmica são representadas por afrescos e miniaturas. Das primeiras, muito poucas chegaram até nossos dias em bom estado de conservação. Elas eram geralmente usadas para decorar paredes de palácios ou de edifícios públicos e representavam cenas de caça e da vida cotidiana da corte. Seu estilo era semelhante ao da pintura helênica, embora, segundo o lugar, sofresse uma grande influência indiana, bizantina e inclusive chinesa.
A miniatura não foi usada, como no cristianismo, para ilustrar livros religiosos, mas sim nas publicações de divulgação científica, para tornar mais claro o texto, e nas literárias, para acompanhar a narração. O estilo era um tanto estático, esquematizado, muito parecido com o das miniaturas bizantinas, com fundo dourado e ausência de perspectiva. O Corão era decorado com figuras geométricas muito precisas, a fim de marcar a organização do texto, por exemplo, separando um capítulo de outro.
Estreitamente ligada à pintura, encontra-se a arte dos mosaicistas. Ela foi herdada de Bizâncio e da Pérsia antiga, tornando-se uma das disciplinas mais importantes na decoração de mesquitas e palácios, junto com a cerâmica. No início, as representações eram completamente figurativas, semelhantes às antigas, mas paulatinamente foram se abstraindo, até se transformarem em folhas e flores misturadas com letras desenhadas artisticamente, o que é conhecido como arabesco. Assim, complexos desenhos multicoloridos, calculados com base na simbologia numérica islâmica, cobriam as paredes internas e externas dos edifícios, combinando com a decoração de gesso das cúpulas. Caligrafias de incrível preciosidade e formas geométricas multiplicadas até o infinito criaram superfícies de verdadeiro horror ao espaço vazio. A mesma função desempenhava a cerâmica, mais utilizada a partir do século XII e que atingiu o esplendor na Espanha, onde foram criadas peças de uso cotidiano.
2 - ARTE ROMÂNICA
(fonte:www.historiadaarte.com.br)
Em 476, com a tomada de Roma pelos povos bárbaros, tem
início o período histórico conhecido por Idade Média. Na Idade Média a arte tem
suas raízes na época conhecida como Paleocristã, trazendo modificações no
comportamento humano, com o Cristianismo a arte se voltou para a valorização do
espírito. Os valores da religião cristã vão impregnar todos os aspectos da vida
medieval. A concepção de mundo dominada pela figura de Deus proposto pelo
cristianismo é chamada de teocentrismo (teos = Deus). Deus é o centro do universo e a medida de todas as
coisas. A igreja como representante de Deus na Terra, tinha poderes ilimitados.
ARQUITETURA
No final dos séculos XI e XII, na Europa, surge a arte
românica cuja estrutura era semelhante às construções dos antigos romanos.
As características mais significativas da arquitetura
românica são:
• abóbadas em substituição ao telhado das basílicas;
• pilares maciços que sustentavam e das paredes espessas;
• aberturas raras e estreitas usadas como janelas;
• torres, que aparecem no cruzamento das naves ou na
fachada; e
• arcos que são formados por 180 graus.
A primeira coisa que chama a atenção nas igrejas românicas é
o seu tamanho. Elas são sempre grandes e sólidas. Daí serem chamadas:
fortalezas de Deus. A explicação mais aceita para as formas volumosas,
estilizadas e duras dessas igrejas é o fato da arte românica não ser fruto do
gosto refinado da nobreza nem das idéias desenvolvidas nos centros urbanos, é
um estilo essencialmente clerical. A arte desse período passa, assim a ser
encarada como uma extensão do serviço divino e uma oferenda à divindade.
A mais famosa é a Catedral de Pisa sendo o edifício mais
conhecido do seu conjunto o campanário que começou a ser construído em 1.174.
Trata-se da Torre de Pisa que se inclinou porque, com o passar do tempo, o
terreno cedeu.
Na Itália, diferente do resto da Europa, não apresenta
formas pesadas, duras e primitivas.
PINTURA E ESCULTURA
Numa época em que poucas pessoas sabiam ler, a Igreja
recorria à pintura e à escultura para narrar histórias bíblicas ou comunicar
valores religiosos aos fiéis. Não podemos estudá-las desassociadas da
arquitetura.
A pintura românica desenvolveu-se sobretudo nas grandes
decorações murais, através da técnica do afresco, que originalmente era uma
técnica de pintar sobre a parede úmida.
Os motivos usados pelos pintores eram de natureza religiosa.
As características essenciais da pintura românica foram a deformação e o
colorismo. A deformação, na verdade, traduz os sentimentos religiosos e a
interpretação mística que os artistas faziam da realidade. A figura de Cristo,
por exemplo, é sempre maior do que as outras que o cercam. O colorismo
realizou-se no emprego de cores chapadas, sem preocupação com meios tons ou
jogos de luz e sombra, pois não havia a menor intenção de imitar a natureza.
Na porta, a área mais ocupada pelas esculturas era o
tímpano, nome que recebe a parede semicircular que fica logo abaixo dos arcos
que arrematam o vão superior da porta. Imitação de formas rudes, curtas ou
alongadas, ausência de movimentos naturais.
MOSAICO
A
técnica da decoração com mosaico, isto é, pequeninas pedras, de vários formatos
e cores, que colocadas lado a lado vão formando o desenho, conheceu seu auge na
época do românico. Usado desde a Antigüidade, é originária do Oriente onde a
técnica bizantina utilizava o azul e dourado, para representar o próprio céu.
3 - ARTE GÓTICA
(fonte: históriadaarte.com.br)
No século XII, entre os anos 1150 e 1500, tem início uma
economia fundamentada no comércio. Isso faz com que o centro da vida social se
desloque do campo para a cidade e apareça a burguesia urbana.
No começo do século XII, a arquitetura predominante ainda é
a românica, mas já começaram a aparecer as primeiras mudanças que conduziram a
uma revolução profunda na arte de projetar e construir grandes edifícios.
ARQUITETURA
A primeira diferença que notamos entre a igreja gótica e a
românica é a fachada. Enquanto, de modo geral, a igreja românica apresenta um
único portal, a igreja gótica tem três portais que dão acesso à três naves do
interior da igreja: a nave central e as duas naves laterais.
A arquitetura expressa a grandiosidade, a crença na
existência de um Deus que vive num plano superior; tudo se volta para o alto,
projetando-se na direção do céu, como se vê nas pontas agulhadas das torres de
algumas igrejas góticas.
A rosácea é um elemento arquitetônico muito característico
do estilo gótico e está presente em quase todas as igrejas construídas entre os
séculos XII e XIV.
Outros elementos característicos da arquitetura gótica são
os arcos góticos ou ogivais e os vitrais coloridíssimos que filtram a
luminosidade para o interior da igreja.
As catedrais góticas mais conhecidas são: Catedral de Notre
Dame de Paris e a Catedral de Notre Dame de Chartres.
ESCULTURA
As esculturas estão ligadas à arquitetura e se alongam para
o alto, demonstrando verticalidade, alongamento exagerado das formas, e as
feições são caracterizadas de formas a que o fiel possa reconhecer facilmente a
personagem representada, exercendo a função de ilustrar os ensinamentos
propostos pela igreja.
ILUMINURA
Iluminura é a ilustração sobre o pergaminho de livros
manuscritos (a gravura não fora ainda inventada, ou então é um privilégio da
quase mítica China). O desenvolvimento de tal genero está ligado à difusão dos
livros ilustrados patrimônio quase exclusivo dos mosteiros: no clima de fervor
cultural que caracteriza a arte gótica, os manuscritos também eram encomendados
por particulares, aristocratas e burgueses. É precisamente por esta razão que
os grandes livros litúrgicos (a Bíblia e os Evangelhos) eram ilustrados pelos
iluministas góticos em formatos manejáveis.
Durante o século XII e até o século XV, a arte ganhou forma
de expressão também nos objetos preciosos e nos ricos manuscritos ilustrados.
Os copistas dedicavam-se à transcrição dos textos sobre as páginas. Ao realizar
essa tarefa, deixavam espaços para que os artistas fizessem as ilustrações, os
cabeçalhos, os títulos ou as letras maiúsculas com que se iniciava um texto..
Da observação dos manuscritos ilustrados podemos tirar duas
conclusões: a primeira é a compreensão do caráter individualista que a arte da
ilustração ganhava, pois destinava-se aos poucos possuidores das obras
copiadas, a segunda é que os artistas ilustradores do período gótico
tornaram-se tão habilidosos na representação do espaço tridimensional e na
compreensão analítica de uma cena, que seus trabalhos acabaram influenciando
outros pintores.
PINTURA
A pintura gótica desenvolveu-se nos séculos XII, XIV e no
início do século XV, quando começou a ganhar novas características que
prenunciam o Renascimento. Sua principal particularidade foi a procura o realismo na representação dos seres
que compunham as obras pintadas, quase sempre tratando de temas religiosos,
apresentava personagens de corpos pouco volumosos, cobertos por muita roupa,
com o olhar voltado para cima, em direção ao plano celeste.
Os principais artistas na pintura gótica são os verdadeiros
precursores da pintura do Renascimento (Duocento):
• Giotto
- a característica principal do seu trabalho foi a
identificação da figura dos santos com seres humanos de aparência bem comum. E
esses santos com ar de Iníciom comum eram o ser mais importante das cenas que
pintava, ocupando sempre posição de destaque na pintura. Assim, a pintura de
Giotto vem ao encontro de uma visão humanista do mundo, que vai cada vez mais se
firmando até ganhar plenitude no Renascimento.
Obras destacadas: Afrescos da Igreja de São Francisco de
Assis (Itália) e Retiro de São Joaquim entre os Pastores.
• Jan Van Eyck
- procurava registrar nas suas pinturas os aspectos da vida
urbana e da sociedade de sua época. Nota-se em suas pinturas um cuidado com a
perspectiva, procurando mostrar os detalhes e as paisagens.
Obras
destacadas: O Casal Arnolfini e Nossa Senhora do Chanceler Rolin.
4 - RENASCIMENTO
(fonte:www.historiadaarte.com.br)
O termo Renascimento é comumente aplicado à civilização
européia que se desenvolveu entre 1300 e 1650. Além de reviver a antiga cultura
greco-romana, ocorreram nesse período muitos progressos e incontáveis realizações
no campo das artes, da literatura e das ciências, que superaram a herança
clássica. O ideal do humanismo foi sem duvida o móvel desse progresso e
tornou-se o próprio espírito do Renascimento. Trata-se de uma volta deliberada,
que propunha a ressurreição consciente (o re-nascimento) do passado,
considerado agora como fonte de inspiração e modelo de civilização. Num sentido
amplo, esse ideal pode ser entendido como a valorização do Iníciom (Humanismo)
e da natureza, em oposição ao divino e ao sobrenatural, conceitos que haviam
impregnado a cultura da Idade Média.
Características gerais:
• Racionalidade
• Dignidade do Ser Humano
• Rigor Científico
• Ideal Humanista
• Reutilização das artes greco-romana
ARQUITETURA
Na arquitetura renascentista, a ocupação do espaço pelo
edifício baseia-se em relações matemáticas estabelecidas de tal forma que o
observador possa compreender a lei que o organiza, de qualquer ponto em que se
coloque.
“Já não é o edifício que possui o Iníciom, mas este que,
aprendendo a lei simples do espaço, possui o segredo do edifício” (Bruno Zevi,
Saber Ver a Arquitetura)
Principais características:
• Ordens Arquitetônicas
• Arcos de Volta-Perfeita
• Simplicidade na construção
• A escultura e a pintura se desprendem da arquitetura e
passam a ser autônomas
• Construções; palácios, igrejas, vilas (casa de descanso
fora da cidade), fortalezas (funções militares)
O principal arquiteto renascentista: Brunelleschi
- é um exemplo de artista completo renascentista, pois foi
pintor, escultor e arquiteto. Além de dominar conhecimentos de Matemática,
Geometria e de ser grande conhecedor da poesia de Dante. Foi como construtor,
porém, que realizou seus mais importantes trabalhos, entre eles a cúpula da
catedral de Florença e a Capela Pazzi.
PINTURA
Principais características:
• Perspectiva: arte de figura, no desenho ou pintura, as
diversas distâncias e proporções que têm entre si os objetos vistos à
distância, segundo os princípios da matemática e da geometria.
• Uso do claro-escuro: pintar algumas áreas iluminadas e
outras na sombra, esse jogo de contrastes reforça a sugestão de volume dos
corpos.
• Realismo: o artista do Renascimento não vê mais o Iníciom
como simples observador do mundo que expressa a grandeza de Deus, mas como a expressão
mais grandiosa do próprio Deus. E o mundo é pensado como uma realidade a ser
compreendida cientificamente, e não apenas admirada.
• Inicia-se o uso da tela e da tinta à óleo.
• Tanto a pintura como a escultura que antes apareciam quase
que exclusivamente como detalhes de obras arquitetônicas, tornam-se
manifestações independentes.
• Surgimento de artistas com um estilo pessoal, diferente
dos demais, já que o período é marcado pelo ideal de liberdade e,
conseqüentemente, pelo individualismo.
Os principais pintores foram:
Botticelli
- os temas de seus quadros foram escolhidos segundo a
possibilidade que lhe proporcionavam de expressar seu ideal de beleza. Para
ele, a beleza estava associada ao ideal cristão. Por isso, as figuras humanas
de seus quadros são belas porque manifestam a graça divina, e, ao mesmo tempo,
melancólicas porque supõem que perderam esse dom de Deus. Obras destacadas: A
Primavera e O Nascimento de Vênus.
Leonardo da Vinci
- ele dominou com sabedoria um jogo expressivo de luz e
sombra, gerador de uma atmosfera que parte da realidade mas estimula a
imaginação do observador. Foi possuidor de um espírito versátil que o tornou
capaz de pesquisar e realizar trabalhos em diversos campos do conhecimento
humano. Obras destacadas: A Virgem dos Rochedos e Monalisa.
Michelângelo
- entre 1508 e 1512 trabalhou na pintura do teto da Capela
Sistina, no Vaticano. Para essa capela, concebeu e realizou grande número de
cenas do Antigo Testamento. Dentre tantas que expressam a genialidade do artista,
uma particularmente representativa é a criação do Iníciom. Obras destacadas:
Teto da Capela Sistina e a Sagrada Família
Rafael
- suas obras comunicam ao observador um sentimento de ordem
e segurança, pois os elementos que compõem seus quadros são dispostos em
espaços amplo, claros e de acordo com uma simetria equilibrada. Foi considerado
grande pintor de “Madonas”. Obras destacadas: A Escola de Atenas e Madona da
Manhã.
ESCULTURA
Em meados do século XV, com a volta dos papas de Avinhão
para Roma, esta adquire o seu prestígio. Protetores das artes, os papas deixam
o palácio de Latrão e passam a residir no Vaticano. Ali, grandes escultores se
revelam, o maior dos quais é Michelângelo, que domina toda a escultura italiana
do século XVI. Algumas obras: Moisés, Davi (4,10m) e Pietá. Outro grande
escultor desse período foi Andrea del Verrochio. Trabalhou em ourivesaria e
esse fato acabou influenciando sua escultura. Obra destacada: Davi (1,26m) em
bronze.
Principais Características:
• Buscavam representar o Iníciom tal como ele é na realidade
• Proporção da figura mantendo a sua relação com a realidade
• Profundidade e perspectiva
• Estudo do corpo e do caráter humano
O Renascimento Italiano se espalha pela Europa, trazendo
novos artistas que nacionalizaram as idéias italianas. São eles:
• Dürer | • Hans Holbein | • Bosch | • Bruegel
Para seu conhecimento
- A Capela Sistina foi construída por ordem de Sisto IV
(retangular 40 x 13 x 20 altura). E é na própria Capela que se faz o Conclave:
reunião com os cardeais após a morte do Papa para proceder a eleição do
próximo. Lareira que produz fumaça negra - que o Papa ainda não foi escolhido;
fumaça branca - que o Papa acaba de ser escolhido, avisa o povo na Praça de São
Pedro, no Vaticano
- Michelângelo dominou a escultura e o desenho do corpo
humano maravilhosamente bem, pois tendo dissecado cadáveres por muito tempo,
assim como Leonardo da Vinci, sabia exatamente a posição de cada músculo, cada
tendão, cada veia.
- Além de pintor, Leonardo da Vinci, foi grande inventor.
Dentre as suas invenções estão: “Parafuso Aéreo”, primitiva versão do
helicóptero, a ponte elevadiça, o escafandro, um modelo de asa-delta, etc.
-
Quando deparamos com o quadro da famosa MONALISA não conseguimos desgrudar os
olhos do seu olhar, parece que ele nos persegue. Por que acontece isso? Será
que seus olhos podem se mexer? Este quadro foi pintado, pelo famoso artista e
inventor italiano Leonardo da Vinci (1452-1519) e qual será o truque que ele
usou para dar esse efeito? Quando se pinta uma pessoa olhando para a frente
(olhando diretamente para o espectador) tem-se a impressão que o personagem do
quadro fixa seu olhar em todos. Isso acontece porque os quadros são lisos. Se
olharmos para a Monalisa de um ou de outro lado estaremos vendo-a sempre com os
olhos e a ponta do nariz para a frente e não poderemos ver o lado do seu rosto.
Aí está o truque em qualquer ângulo que se olhe a Monalisa a veremos sempre de
frente.
5 - MANEIRISMO
(fonte:históriadaarte.com.br)
Paralelamente ao renascimento clássico, desenvolve-se em
Roma, do ano de 1520 até por volta de 1610, um movimento artístico afastado
conscientemente do modelo da antiguidade clássica: o maneirismo (maniera, em
italiano, significa maneira). Uma evidente tendência para a estilização
exagerada e um capricho nos detalhes começa a ser sua marca, extrapolando assim
as rígidas linhas dos cânones clássicos.
Alguns historiadores o consideram uma transição entre o
renascimento e o barroco, enquanto outros preferem vê-lo como um estilo,
propriamente dito. O certo, porém, é que o maneirismo é uma conseqüência de um
renascimento clássico que entra em decadência. Os artistas se vêem obrigados a
partir em busca de elementos que lhes permitam renovar e desenvolver todas as
habilidades e técnicas adquiridas durante o renascimento.
Uma de suas fontes principais de inspiração é o espírito
religioso reinante na Europa nesse momento. Não só a Igreja, mas toda a Europa
estava dividida após a Reforma de Lutero. Carlos V, depois de derrotar as
tropas do sumo pontífice, saqueia e destrói Roma. Reinam a desolação e a
incerteza. Os grandes impérios começam a se formar, e o Iníciom já não é a
principal e única medida do universo.
Pintores, arquitetos e escultores são impelidos a deixar
Roma com destino a outras cidades. Valendo-se dos mesmos elementos do
renascimento, mas agora com um espírito totalmente diferente, criam uma arte de
labirintos, espirais e proporções estranhas, que são, sem dúvida, a marca
inconfundível do estilo maneirista. Mais adiante, essa arte acabaria cultivada
em todas as grandes cidades européias.
ARQUITETURA
A arquitetura maneirista dá prioridade à construção de
igrejas de plano longitudinal, com espaços mais longos do que largos, com a
cúpula principal sobre o transepto, deixando de lado as de plano centralizado,
típicas do renascimento clássico. No entanto, pode-se dizer que as verdadeiras
mudanças que este novo estilo introduz refletem-se não somente na construção em
si, mas também na distribuição da luz e na decoração.
Principais características:
Nas igrejas:
• Naves escuras, iluminadas apenas de ângulos diferentes,
coros com escadas em espiral, que na maior parte das vezes não levam a lugar
nenhum, produzem uma atmosfera de rara singularidade.
• Guirlandas de frutas e flores, balaustradas povoadas de
figuras caprichosas são a decoração mais característica desse estilo. Caracóis,
conchas e volutas cobrem muros e altares, lembrando uma exuberante selva de
pedra que confunde a vista.
Nos ricos palácios e casas de campo:
• Formas convexas que permitem o contraste entre luz e
sombra prevalecem sobre o quadrado disciplinado do renascimento.
• A decoração de interiores ricamente adornada e os afrescos
das abóbadas coroam esse caprichoso e refinado estilo, que, mais do que marcar
a transição entre duas épocas, expressa a necessidade de renovação.
Principais Artistas:
BARTOLOMEO AMMANATI, (1511-1592), Autor de vários projetos
arquitetônicos por toda a Itália, tais como: a construção do túmulo do conde de
Montefeltro, o palácio dos Mantova, a villa na Porta del Popolo. a fonte da
Piazza della Signoria. Seu interesse pela arquitetura o levou a estudar os
tratados de Alberti e Brunelleschi, com base nos quais planejou uma cidade
ideal. De acordo com os preceitos dos jesuítas, que proibiam o nu nas obras de
arte, legou a eles todos os seus bens.
GIORGIO VASARI, (1511-1574), Vasari é conhecido por sua obra
literária Le Vite (As Vidas), na qual, além de fazer um resumo da arte renascentista,
apresenta um relato às vezes pouco fiel, mas muito interessante sobre os
grandes artistas da época, sem deixar de fazer comentários mal-intencionados e
elogios exagerados. Sob a proteção de Aretino, conseguiu realizar uma de suas
únicas obras significativas: os afrescos do palácio Cornaro. Vasari também
trabalhou em colaboração com Michelangelo em Roma, na década de 30. Suas
biografias, publicadas em 1550, fizeram tanto sucesso que se seguiram várias
edições. Passou os últimos dias de sua vida em Florença, dedicado à
arquitetura.
PALLADIO, (1508-1580), O interesse que tinha pelas teorias
de Vitrúvio se reflete na totalidade de sua obra arquitetônica, cujo caráter é
rigorosamente clássico e no qual a clareza de linhas e a harmonia das
proporções preponderam sobre o decorativo, reduzido a uma expressão mínima.
Somente dez anos depois iria se dedicar à arquitetura sacra em Veneza, com a
construção das igrejas San Giorgio Maggiore e Il Redentore. Não se pode dizer
que Palladio tenha sido um arquiteto tipicamente maneirista, no entanto, é um
dos mais importantes desse período. A obra de Palladio foi uma referência
obrigatória para os arquitetos ingleses e franceses do barroco.
PINTURA
É na pintura que o espírito maneirista se manifesta em
primeiro lugar. São os pintores da segunda década do século XV que, afastados
dos cânones renascentistas, criam esse novo estilo, procurando deformar uma
realidade que já não os satisfaz e tentando revalorizar a arte pela própria
arte.
Principais características :
• Composição em que uma multidão de figuras se comprime em
espaços arquitetônicos reduzidos. O resultado é a formação de planos paralelos,
completamente irreais, e uma atmosfera de tensão permanente.
• Nos corpos, as formas esguias e alongadas substituem os
membros bem-torneados do renascimento. Os músculos fazem agora contorsões
absolutamente impróprias para os seres humanos.
• Rostos melancólicos e misteriosos surgem entre as vestes,
de um drapeado minucioso e cores brilhantes.
• A luz se detém sobre objetos e figuras, produzindo sombras
inadmissíveis.
• Os verdadeiros protagonistas do quadro já não se
posicionam no centro da perspectiva, mas em algum ponto da arquitetura, onde o
olho atento deve, não sem certa dificuldade, encontrá-lo.
Principal Artista: EL GRECO, (1541-1614), Ao fundir as
formas iconográficas bizantinas com o desenho e o colorido da pintura veneziana
e a religiosidade espanhola. Na verdade, sua obra não foi totalmente
compreendida por seus contemporâneos. Nascido em Creta, acredita-se que começou
como pintor de ícones no convento de Santa Catarina, em Cândia. De acordo com
documentos existentes, no ano de 1567 emigrou para Veneza, onde começou a
trabalhar no ateliê de Ticiano, com quem realizou algumas obras. Depois de
alguns anos de permanência em Madri ele se estabeleceu na cidade de Toledo,
onde trabalhou praticamente com exclusividade para a corte de Filipe II, para
os conventos locais e para a nobreza toledana. Entre suas obras mais
importantes estão O Enterro do Conde de Orgaz, a meio caminho entre o retrato e
a espiritualidade mística. Iníciom com a Mão no Peito, O Sonho de Filipe II e O
Martírio de São Maurício. Esta última lhe custou a expulsão da corte.
ESCULTURA
Na escultura, o maneirismo segue o caminho traçado por
Michelangelo: às formas clássicas soma-se o novo conceito intelectual da arte
pela arte e o distanciamento da realidade. Em resumo, repetem-se as
características da arquitetura e da pintura. Não faltam as formas caprichosas,
as proporções estranhas, as superposições de planos, ou ainda o exagero nos
detalhes, elementos que criam essa atmosfera de tensão tão característica do
espírito maneirista.
Principais características:
• A composição típica desse estilo apresenta um grupo de
figuras dispostas umas sobre as outras, num equilíbrio aparentemente frágil, as
figuras são unidas por contorsões extremadas e exagerado alongamento dos
músculos.
• O modo de enlaçar as figuras, atribuindo-lhes uma
infinidade de posturas impossíveis, permite que elas compartilhem a reduzida base
que têm como cenário, isso sempre respeitando a composição geral da peça e a
graciosidade de todo o conjunto.
Principais Artistas:
BARTOLOMEO AMMANATI, (1511-1592), Realizou trabalhos em
várias cidades italianas. Decorou também o palácio dos Mantova e o túmulo do
conde da cidade. Conheceu a poetisa Laura Battiferi, com quem se casou, e
juntos se mudaram para Roma a pedido do papa Júlio II, que incumbiu-o da
construção de sua villa na Porta del Popolo. Começaram assim seus primeiros
passos como arquiteto. No ano de 1555, com a morte do papa, voltou para
Florença, onde venceu um concurso para a construção da fonte da Piazza della
Signoria. Seu interesse pela arquitetura o levou a estudar os tratados de
Alberti e Brunelleschi, com base nos quais planejou uma cidade ideal. De acordo
com os preceitos dos jesuítas, que proibiam o nu nas obras de arte, legou a
eles todos os seus bens.
GIAMBOLOGNA,
(1529-1608), De origem flamenga, Giambologna deu seus primeiros passos como
escultor na oficina do francês Jacques Dubroecq. Poucos anos depois mudou-se
para Roma, onde se supõe que teria colaborado com Michelangelo em muitas de
suas obras. Estabeleceu-se finalmente em Florença, na corte dos Medici. O Rapto
das Sabinas, Mercúrio, Baco e Os Pescadores estão entre as obras mais
importantes desse período. Participou também de um concurso na cidade de
Bolonha, para o qual realizou uma de suas mais célebres esculturas, A Fonte de
Netuno.Trabalhou com igual maestria a pedra calcária e o mármore e foi grande
conhecedor da técnica de despejar os metais, como demonstram suas esculturas de
bronze. Giambologna está para o maneirismo como Michelangelo está para o
renascimento.
6 - BARROCO
(fonte: historiadaarte.com.br)
A arte barroca originou-se na Itália (séc. XVII) mas não tardou a irradiar-se por outros países da Europa e a chegar também ao continente americano, trazida pelos colonizadores portugueses e espanhóis. As obras barrocas romperam o equilíbrio entre o sentimento e a razão ou entre a arte e a ciência, que os artistas renascentistas procuram realizar de forma muito consciente; na arte barroca predominam as emoções e não o racionalismo da arte renascentista. É uma época de conflitos espirituais e religiosos. O estilo barroco traduz a tentativa angustiante de conciliar forças antagônicas: bem e mal; Deus e Diabo; céu e terra; pureza e pecado; alegria e tristeza; paganismo e cristianismo; espírito e matéria.
Suas características gerais são:
• emocional sobre o racional; seu propósito é impressionar os sentidos do observador, baseando-se no princípio segundo o qual a fé deveria ser atingida através dos sentidos e da emoção e não apenas pelo raciocínio.
• busca de efeitos decorativos e visuais, através de curvas, contracurvas, colunas retorcidas;
• entrelaçamento entre a arquitetura e escultura;
• violentos contrastes de luz e sombra;
• pintura com efeitos ilusionistas, dando-nos às vezes a impressão de ver o céu, tal a aparência de profundidade conseguida.
PINTURA:
Características da pintura barroca:
• Composição assimétrica, em diagonal - que se revela num estilo grandioso, monumental, retorcido, substituindo a unidade geométrica e o equilíbrio da arte renascentista.
• Acentuado contraste de claro-escuro (expressão dos sentimentos) - era um recurso que visava a intensificar a sensação de profundidade.
• Realista, abrangendo todas as camadas sociais.
• Escolha de cenas no seu momento de maior intensidade dramática.
Dentre os pintores barrocos italianos:
Caravaggio
- o que melhor caracteriza a sua pintura é o modo revolucionário como ele usa a luz. Ela não aparece como reflexo da luz solar, mas é criada intencionalmente pelo artista, para dirigir a atenção do observador.
Obra destacada: Vocação de São Mateus.
Andrea Pozzo
- realizou grandes composições de perspectiva nas pinturas dos tetos das igrejas barrocas, causando a ilusão de que as paredes e colunas da igreja continuam no teto, e de que este se abre para o céu, de onde santos e anjos convidam os Inícions para a santidade.
Obra destacada: A Glória de Santo Inácio.
A Itália foi o centro irradiador do estilo barroco. Dentre os pintores mais representativos, de outros países da Europa, temos:
Velázquez
- além de retratar as pessoas da corte espanhola do século XVII procurou registrar em seus quadros também os tipos populares do seu país, documentando o dia-a-dia do povo espanhol num dado momento da história.
Obra destacada: O Conde Duque de Olivares.
Rubens
(espanhol) - além de um colorista vibrante, se notabilizou por criar cenas que sugerem, a partir das linhas contorcidas dos corpos e das pregas das roupas, um intenso movimento. Em seus quadros, é geralmente, no vestuário que se localizam as cores quentes - o vermelho, o verde e o amarelo - que contrabalançam a luminosidade da pele clara das figuras humanas.
Obra destacada: O Jardim do Amor.
Rembrandt
(holandês) - o que dirige nossa atenção nos quadros deste pintor não é propriamente o contraste entre luz e sombra, mas a gradação da claridade, os meios-tons, as penumbras que envolvem áreas de luminosidade mais intensa.
Obra destacada: Aula de Anatomia.
ESCULTURA:
Suas características são: o predomío das linhas curvas, dos drapeados das vestes e do uso do dourado; e os gestos e os rostos das personagens revelam emoções violentas e atingem uma dramaticidade desconhecida no Renascimento.
Bernini
- arquiteto, urbanista, decorador e escultor, algumas de suas obras serviram de elementos decorativos das igrejas, como, por exemplo, o baldaquino e a cadeira de São Pedro, ambos na Basílica de São Pedro, no Vaticano.
Obra destacada: A Praça de São Pedro, Vaticano e o Êxtase de Santa Teresa.
Para seu conhecimento:
Barroco: termo de origem espanhola ‘Barrueco’, aplicado para designar pérolas de forma irregular.
BARROCO (BRASIL):
O estilo barroco desenvolveu-se plenamente no Brasil durante o século XVIII, perdurando ainda no início do século XIX. O barroco brasileiro é claramente associado à religião católica. Duas linhas diferentes caracterizam o estilo barroco brasileiro. Nas regiões enriquecidas pelo comércio de açúcar e pela mineração, encontramos igrejas com trabalhos em relevos feitos em madeira - as talhas - recobertas por finas camadas de ouro, com janelas, cornijas e portas decoradas com detalhados trabalhos de escultura. Já nas regiões onde não existia nem açúcar nem ouro, as igrejas apresentam talhas modestas e os trabalhos foram realizados por artistas menos experientes e famosos do que os que viviam nas regiões mais ricas. O ponto culminante da integração entre arquitetura, escultura, talha e pintura aparece em Minas Gerais, sem dúvida a partir dos trabalhos de:
Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho
- seu projeto para a igreja de São Francisco, em Ouro Preto, por exemplo, bem como a sua realização, expressam uma obra de arte plena e perfeita. Desde a portada, com um belíssimo trabalho de medalhões, anjos e fitas esculpidos em pedra-sabão, o visitante já tem certeza de que está diante de um artista completo. Além de extraordinário arquiteto e decorador de igrejas foi também incomparável escultor. O Santuário do Bom Jesus de Matosinhos, em Congonhas do Campo, é constituído por uma igreja em cujo adro estão as esculturas em pedra-sabão de doze profetas, cada um desses personagens numa posição diferente e executa gestos que se coordenam. Com isso, ele conseguiu um resultado muito interessante, pois torna muito forte para o observador a sugestão de que as figuras de pedra estão se movimentando.
Características da escultura de Aleijadinho:
• Olhos espaçados
• Nariz reto e alongado
• Lábios entreabertos
• Queixo pontiagudo
• Pescoço alongado em forma de V
Manuel da Costa Ataíde
- suas pinturas em tetos das igrejas seguiam as características do estilo barroco, e aliavam-se perfeitamente às esculturas e arquitetura de Aleijadinho. Obra Destacada: Pintura do Teto da Igreja de São Francisco de Assis.
Para seu conhecimento:
O Mestre Ataíde pintou várias igrejas de Minas Gerais com um estilo próprio e bem brasileiro. Usava cores vivas e alegres e gostava muito do azul. Ataíde utilizava tanto a tinta a óleo (que era importada da Europa) como a têmpera. Os pintores da época nem sempre podiam importar suas tintas. Faziam então suas próprias cores com pigmentos e solventes naturais aqui da terra. Entre outros, usavam terra queimada, leite e óleo de baleia, clara de ovo, além de extratos de plantas e flores. E é claro criavam suas próprias receitas que eram mantidas em segredo. Talvez por isso é que se diz que não existe, no mundo inteiro, um colorido como o das cidades mineiras da época do barroco.
7 - ROCOCÓ
(fonte: www.historiadaarte.com.br)
Rococó é o estilo artístico que surgiu na França como
desdobramento do barroco, mais leve e intimista que aquele e usado inicialmente
em decoração de interiores. Desenvolveu-se na Europa do século XVIII, e da
arquitetura disseminou-se para todas as artes. Vigoroso até o advento da reação
neoclássica, por volta de 1770, difundiu-se principalmente na parte católica da
Alemanha, na Prússia e em Portugal.
Os temas utilizados eram cenas eróticas ou galantes da vida
cortesã (as fêtes galantes) e da mitologia, pastorais, alusões ao teatro
italiano da época, motivos religiosos e farta estilização naturalista do mundo
vegetal em ornatos e molduras.
O termo deriva do francês rocaille, que significa
"embrechado", técnica de incrustação de conchas e fragmentos de vidro
utilizadas originariamente na decoração de grutas artificiais.
Na França, o rococó é também chamado estilo Luís XV e Luís
XVI.
Características gerais:
• Uso abundante de formas curvas e pela profusão de elementos
decorativos, tais como conchas, laços e flores.
• Possui leveza, caráter intimista, elegância, alegria,
bizarro, frivolidade e exuberante.
ARQUITETURA
Durante o Iluminismo, entre 1700 e 1780, o rococó foi a
principal corrente da arte e da arquitetura pós-barroca. Nos primeiros anos do
século XVIII, o centro artístico da Europa transferiu-se de Roma para Paris.
Surgido na França com a obra do decorador Pierre Lepautre, o rococó era a
princípio apenas um novo estilo decorativo.
Principais características:
• Cores vivas foram substituídas por tons pastéis, a luz
difusa inundou os interiores por meio de numerosas janelas e o relevo abrupto
das superfícies deu lugar a texturas suaves.
• A estrutura das construções ganhou leveza e o espaço
interno foi unificado, com maior graça e intimidade.
Principal Artista:
Johann Michael Fischer,(1692-1766), responsável pela abadia
beneditina de Ottobeuren, marco do rococó bávaro. Grande mestre do estilo
rococó, responsável por vários edifícios na Baviera. Restaurou dezenas de
igrejas, mosteiros e palácios.
ESCULTURA
Na escultura e na pintura da Europa oriental e central, ao
contrário do que ocorreu na arquitetura, não é possível traçar uma clara linha
divisória entre o barroco e o rococó, quer cronológica, quer estilisticamente.
Mais do que nas peças esculpidas, é em sua disposição dentro
da arquitetura que se manifesta o espírito rococó. Os grandes grupos
coordenados dão lugar a figuras isoladas, cada uma com existência própria e
individual, que dessa maneira contribuem para o equilíbrio geral da decoração
interior das igrejas.
Principais Artistas:
Johann Michael Feichtmayr,(1709-1772), escultor alemão,
membro de um grupo de famílias de mestres da moldagem no estuque, distinguiu-se
pela criação de santos e anjos de grande tamanho, obras-primas dos interiores
rococós.
Ignaz Günther,(1725-1775), escultor alemão, um dos maiores
representantes do estilo rococó na Alemanha. Suas esculturas eram em geral
feitas em madeira e a seguir policromadas. "Anunciação", "Anjo
da guarda", "Pietà".
PINTURA
Durante muito tempo, o rococó francês ficou restrito às
artes decorativas e teve pequeno impacto na escultura e pintura francesas. No
final do reinado de Luís XIV, em que se afirmou o predomínio político e
cultural da França sobre o resto da Europa, apareceram as primeiras pinturas
rococós sob influência da técnica de Rubens.
Principais Artistas:
Antoine Watteau,(1684-1721), as figuras e cenas de Watteau
se converteram em modelos de um estilo bastante copiado, que durante muito tempo
obscureceu a verdadeira contribuição do artista para a pintura do século XIX.
François Boucher,(1703-1770), as expressões ingênuas e
maliciosas de suas numerosas figuras de deusas e ninfas em trajes sugestivos e
atitudes graciosas e sensuais não evocavam a solenidade clássica, mas a alegre
descontração do estilo rococó. Além dos quadros de caráter mitológico, pintou,
sempre com grande perfeição no desenho, alguns retratos, paisagens ("O
casario de Issei") e cenas de interior ("O pintor em seu
estúdio").
, Jean-Honoré Fragonard(1732-1806), desenhista e retratista
de talento, Fragonard destacou-se principalmente como pintor do amor e da
natureza, de cenas galantes em paisagens idílicas. Foi um dos últimos expoentes
do período rococó, caracterizado por uma arte alegre e sensual, e um dos mais
antigos precursores do impressionismo.
8 - NEOCLASSICISMO
(fonte: www.historiadaarte.com.br)
Nas duas últimas décadas do século XVIII e nas três
primeiras do século XIX, uma nova tendência estética predominou nas criações
dos artistas europeus. Trata-se do Neoclassicismo (neo = novo), que expressou
os valores próprios de uma nova e fortalecida burguesia, que assumiu a direção
da Sociedade européia após a Revolução Francesa e principalmente com o Império
de Napoleão.
Principais características:
• retorno ao passado, pela imitação dos modelos antigos
greco-latinos;
• academicismo nos temas e nas técnicas, isto é, sujeição
aos modelos e às regras ensinadas nas escolas ou academias de belas-artes;
• arte entendida como imitação da natureza, num verdadeiro
culto à teoria de Aristóteles.
ARQUITETURA
Tanto nas construções civis quanto nas religiosas, a
arquitetura neoclássica seguiu o modelo dos templos greco-romanos ou o das
edificações do Renascimento italiano. Exemplos dessa arquitetura são a igreja
de Santa Genoveva, transformada depois no Panteão Nacional, em Paris, e a Porta
do Brandemburgo, em Berlim.
PINTURA
A pintura desse período foi inspirada principalmente na
escultura clássica grega e na pintura renascentista italiana, sobretudo em
Rafael, mestre inegável do equilíbrio da composição.
Características da pintura:
• Formalismo na composição, refletindo racionalismo
dominante.
• Exatidão nos contornos
• Harmonia do colorido
Os maiores representantes da pintura neoclássica são, sem
dúvida,
Jacques-Louis David - foi considerado o pintor da
Revolução Francesa, mais tarde, tornou-se o pintor oficial do Império de
Napoleão. Durante o governo de Napoleão, registrou fatos históricos ligados à
vida do imperador. Suas obras geralmente expressam um vibrante realismo, mas
algumas delas exprimem fortes emoções. Obra destacada: Bonaparte atravessando
os Alpes e Morte de Marat.
Jean-Auguste-Dominique Ingres (1780-1867), o pintor
foi uma espécie de cronista visual da sociedade de seu tempo. Ingres acreditava
qua a tarefa primordial da arte era produzir quadros históricos. Ardoroso
defensor da pureza das formas, ele afirmava, por exemplo, que desenhar uma
linha perfeita era muito mais importante do que colorir. " A pincelada
deve ser tão fina como a casca de uma cebola", repetia a seus alunos. Sua
obra abrange, além de composições mitológicas e literárias, nus, retratos e
paisagens, mas a crítica moderna vê nos retratos e nus o seu trabalho mais
admirável. Ingres soube registrar a fisionomia da classe burguesa do seu tempo,
principalmente no gosto pelo poder e na sua confiança na individualidade.
Amante declarado da tradição. Ingres passou a vida brigando contra a vanguarda
artística francesa representada pelo pintor romântico Eugène Delacroix, contudo
foi Ingres, e não o retórico e inflamado Delacroix, o mais revolucionário dos
dois. A modernidade de Ingres está justamente na visão distanciada que tinha de
sue retratados, na recusa a produzir qualquer julgamento moral a respeito
deles, numa época em que se consumava o processo de aliança entre a nobreza e a
burguesia. O detalhismo também é uma das suas marcas registradas. Seus retratos
são invariavelmente enriquecidos com mantos aveludados, rendas, flores e jóias.
Para seu conhecimento:
Forte
influência da arquitetura neoclássica foi a descoberta arqueológica das cidades
italianas de Pompéia e Herculano que, no ano de 79 a.C., foram cobertas pelas
lavas do vulcão Vesúvio. Diante daquelas construções, num erro de
interpretação, os historiadores de arte acreditavam que os edifícios gregos
eram recobertos com mármore branco, ocasionando a construção de tantos
edifícios brancos. Exemplo: Casa Branca dos Estados Unidos.
A MORTE DE MARAT , DAVID
9 - MISSÃO ARTÍSTICA FRANCESA (BRASIL)
fonte: www.historiadaarte.com.br
No início do século XIX, os exércitos de Napoleão Bonaparte invadiram Portugal , obrigando D. João VI (rei de Portugal), sua família e sua corte (nobres, artistas, empregados, etc.) a virem para o Brasil.
D. João VI, preocupado com o desenvolvimento cultural, trouxe para cá material para montar a primeira gráfica brasileira, onde foram impressos diversos livros e um jornal chamado A Gazeta do Rio de Janeiro. Nesse momento, o Brasil recebe forte influência cultural européia, intensificada ainda mais com a chegada de um grupo de artistas franceses (1816) encarregado da fundação da Academia de Belas Artes (1826), na qual os alunos poderiam aprender as artes e os ofícios artísticos. Esse grupo ficou conhecido como Missão Artística Francesa. Os artistas da Missão Artística Francesa pintavam, desenhavam, esculpiam e construíam à moda européia. Obedeciam ao estilo neoclássico (novo clássico), u seja, um estilo artístico que propunha a volta aos padrões da arte clássica (greco-romana) da Antigüidade.
Algumas características de construções neoclássicas:
• Colunas (de origem grega): Estrutura de sustentação das construções. Compõe-se de três partes : base, fuste (parte maior) e capitel (parte superior com ornamentos).
• Arcos (de origem romana): Elemento de construção de formato curvo existente na parte superior das portas e passagens que serve de sustentação.
• Frontões: Estrutura geralmente triangular existente acima de portas e colunas e abaixo do telhado. Os frontões podem receber os mais variados tipos de decoração.
Os pintores deveriam seguir algumas regras na pintura tais como: inspirada nas esculturas clássicas gregas e na pintura renascentista italiana, sobretudo em Rafael, mestre inegável do equilíbrio da composição e da harmonia do colorido.
Principais artistas:
Nicolas-Antonine Taunay: (1775-1830) pintor francês de grande destaque na corte de Napoleão Bonaparte e considerado um dos mais importantes da Missão Francesa. Durante os cinco anos que residiu no Brasil, retratou várias paisagens do Rio de Janeiro.
Jean-Baptiste Debret: (1768-1848) foi chamado de "a alma da Missão Francesa". Ele foi desenhista, aquarelista, pintor cenográfico, decorador, professor de pintura e organizador da primeira exposição de arte no Brasil (1829). Em 1818 trabalhou no projeto de ornamentação da cidade do Rio de Janeiro para os festejos da aclamação de D.João VI como rei de Portugal, Brasil e Algarve. Mas é em Viagem pitoresca ao Brasil, coleção composta de três volumes com um total de 150 ilustrações, que ele retrata e descreve a sociedade brasileira. Seus temas preferidos são a nobreza e as cenas do cotidiano brasileiro e suas obras nos dão uma excelente idéia da sociedade brasileira do século XIX.
Alguns dos artistas da Missão Francesa, vieram para o Brasil, no séc. XIX, outros pintores motivados pela paisagem luminosa e pela existência de uma burguesia rica e desejosa de ser retratada. É nessa perspectiva que se situa alguns artistas europeus independentes da Missão Artística Francesa: Thomas Ender, era austríaco e chegou ao Brasil com a comitiva da Princesa Leopoldina, viajou pelo interior, retratando paisagens e cenas da vida no nosso povo em Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro. Sua obra compõem-se de 800 desenhos e aquarelas. E Johann-Moritz Rugendas, era alemão, esteve no Brasil entre 1821 e 1825. Além do nosso país, visitou outros países da América Latina, documentando, por meio de desenhos e aquarelas, a paisagem e os costumes dos povos que conheceu.
CASTIGO DE ESCRAVO – DEBRET
LARGO DA CARIOCA – TAUNAY
HABITAÇÃO DE NEGROS -
RUGENDAS
10 - ROMANTISMO
(FONTE: www.historiadaarte.com.br)
O século XIX foi agitado por fortes mudanças sociais,
políticas e culturais causadas por acontecimentos do final do século XVIII que
foram a Revolução Industrial que gerou novos inventos com o objetivo de solucionar
os problemas técnicos decorrentes do aumento de produção, provocando a divisão
do trabalho e o início da especialização da mão-de-obra, e pela Revolução
Francesa que lutava por uma sociedade mais harmônica, em que os direitos
individuais fossem respeitados, traduziram-se essa expectativa na Declaração
dos Direitos do Iníciom e do Cidadão. Do mesmo modo, a atividade artística
tornou-se complexa.
Os artistas românticos procuraram se libertar das convenções
acadêmicas em favor da livre expressão da personalidade do artista.
Características gerais:
• a valorização dos sentimentos e da imaginação;
• o nacionalismo;
• a valorização da natureza como princípios da criação
artística; e
• os sentimentos do presente tais como: Liberdade, Igualdade
e Fraternidade.
ARQUITETURA E ESCULTURA
A escultura e a arquitetura registram pouca novidade.
Observa-se, grosso modo, a permanência do estilo anterior, o neoclássico. Vez
por outra retomou-se o estilo gótico da época medieval, gerando o neogótico.
Obra Destacada: Edifício do Parlamento Inglês
PINTURA
Características da pintura:
• Aproximação das formas barrocas;
• Composição em diagonal sugerindo instabilidade e dinamismo
ao observador;
• Valorização das cores e do claro-escuro; e
• Dramaticidade
Temas da pintura:
• Fatos reais da história nacional e contemporânea da vida
dos artistas;
• Natureza revelando um dinamismo equivalente as emoções
humanas; e
• Mitologia Grega
Principais artistas:
Goya - Nasceu no
pequeno povoado de Fuendetodos, Espanha, em 1746. Morreu em Bordeaux, em 1828.
Goya e sua mitologia povoada por sonhos e pesadelos, seres deformados, tons
opressivos. Senhor absoluto da caricatura do seu tempo. Trabalhou temas
diversos: retratos de personalidades da corte espanhola e de pessoas do povo,
os horrores da guerra, a ação incompreensível de monstros, cenas históricas e
as lutas pela liberdade. Obra destacada: Os Fuzilamentos de 3 de maio de 1808.
Turner - representou
grandes movimentos da natureza, mas por meio do estudo da luz que a natureza
reflete, procurou descrever uma certa atmosfera da paisagem. Uma das primeiras
vezes que a arte registra a presença da máquina (locomotiva). Obras destacadas:
Chuva, Vapor e Velocidade e O Grande Canal, Veneza.
Eugène Delacroix (1798-1863),
suas obras apresentam forte comprometimento político e o valor da pintura é
assegurada pelo uso das cores, das luzes e das sombras, dando-nos a sensação de
grande movimentação. Representava assuntos abstratos personificando-os
(alegorias). Culto, dono de uma língua ferina, rico e namorador. Amigo do
compositor Frèderic Chopin, inimigo do romancista Honoré de Balzac, admirado
pelo poeta Charles Baudelaire e indiferente às demais celebridades de seu
tempo, Delacroix tinha noção da própria grandeza. "A principal qualidade
de um quadro é ser uma festa para os olhos", escreveu na derradeira nota
de seus famosos diários, em 1963, menos de dois meses antes de morrer. Nascido
num momento crucial da História da França, aquele em que a burguesia
revolucionária colhia os frutos de seu triunfo sobre o monarquia dos reis
Capeto, o pintor viveu a maior parte da vida jovem e adulta num mundo que
voltava aos poucos à antiga ordem natural das coisas. Assistiu à ascensão e
queda de Napoleão Bonaparte, a restauração da dinastia dos Bourbon e,
finalmente, a entronização do rei Luís Felipe, em 1830. Seu quadro mais
conhecido A Liberdade Guiando o Povo, muitas vezes tomado como um símbolo das
lutas populares e republicanas, foi feito por inspiração do movimento que levou
Luís Felipe ao trono da França.
Para seu conhecimento:
A
palavra romantismo designa uma maneira de se comportar, de agir, de interpretar
a realidade. O comportamento romântico caracteriza-se pelo sonho, por uma
atitude emotiva diante das coisas e esse comportamento pode ocorrer em qualquer
tempo da história. Romantismo
designa uma tendência geral da vida e da arte; portanto, nomeia um sistema, um
estilo delimitado no tempo.
11 - REALISMO
(fonte: www.historiadaarte.com.br)
Entre 1850 e 1900 surge nas artes européias, sobretudo na pintura francesa, uma nova tendência estética chamada Realismo, que se desenvolveu ao lado da crescente industrialização das sociedades. O Iníciom europeu, que tinha aprendido a utilizar o conhecimento científico e a técnica para interpretar e dominar a natureza, convenceu-se de que precisava ser realista, inclusive em suas criações artísticas, deixando de lado as visões subjetivas e emotivas da realidade.
São características gerais:
• o cientificismo
• a valorização do objeto
• o sóbrio e o minucioso
• a expressão da realidade e dos aspectos descritivos
ARQUITETURA
Os arquitetos e engenheiros procuram responder adequadamente às novas necessidades urbanas, criadas pela industrialização. As cidades não exigem mais ricos palácios e templos. Elas precisam de fábricas, estações, ferroviárias, armazéns, lojas, bibliotecas, escolas, hospitais e moradias, tanto para os operários quanto para a nova burguesia.
Em 1889, Gustavo Eiffel levanta, em Paris, a Torre Eiffel, hoje logotipo da "Cidade Luz".
ESCULTURA
Auguste Rodin - não se preocupou com a idealização da realidade. Ao contrário, procurou recriar os seres tais como eles são. Além disso, os escultores preferiam os temas contemporâneos, assumindo muitas vezes uma intenção política em suas obras. Sua característica principal é a fixação do momento significativo de um gesto humano.
Obras destacadas: Balzac, Os Burgueses de Calais, O Beijo e O Pensador.
PINTURA
Características da pintura:
• Representação da realidade com a mesma objetividade com que um cientista estuda um fenômeno da natureza, ou seja o pintor buscava representar o mundo de maneira documental;
• Ao artista não cabe "melhorar" artisticamente a natureza, pois a beleza está na realidade tal qual ela é; e.
• Revelação dos aspectos mais característicos e expressivos da realidade.
Temas da pintura:
• Politização: a arte passa a ser um meio para denunciar uma ordem social que consideram injusta; a arte manifesta um protesto em favor dos oprimidos.
• Pintura social denunciando as injustiças e as imensas desigualdades entre a miséria dos trabalhadores e a opulência da burguesia. As pessoas das classes menos favorecidas - o povo, em resumo - tornaram-se assunto freqüente da pintura realista. Os artistas incorporavam a rudeza, a fealdade, a vulgaridade dos tipos que pintavam, elevando esses tipos à categoria de heróis. Heróis que nada têm a ver com os idealizados heróis da pintura romântica.
Principais pintores:
Courbet - foi considerado o criador do realismo social na pintura, pois procurou retratar em suas telas temas da vida cotidiana, principalmente das classes populares. Manifesta sua simpatia particular pelos trabalhadores e pelos Inícions mais pobres da sociedade no século XIX. Obra destacada: Moças Peneirando o Trigo.
Jean-François Millet sensível observador da vida campestre, criou uma obra realista na qual o principal elemento é a ligação atávica do Iníciom com a terra. Foi educado num meio de profunda religiosidade e respeito pela natureza. Trabalhou na lavoura desde muito cedo. Seus numerosos desenhos de paisagens influenciaram, mais tarde, Pissarro e Van Gogh. É o caso, por exemplo, "Angelus".
Para seu conhecimento:
Courbet dizia: "Sou democrata, republicano, socialista, realista, amigo da verdade e verdadeiro"
A palavra realismo designa uma maneira de agir, de interpretar a realidade. Esse comportamento caracteriza-se pela objetividade, por uma atitude racional das coisas pode ocorrer em qualquer tempo da história. O termo Realismo significa um estilo de época que predominou na segunda metade do século XIX.
12 - PINTURA ACADÊMICA (BRASIL)
fonte: www.historiadaarte.com.br
Em meados do século XIX, o Império Brasileiro conheceu certa prosperidade econômica, proporcionada pelo café, e certa estabilidade política, depois que Dom Pedro II assumiu o governo e dominou as muitas rebeliões que agitaram o Brasil até 1848. Além disso, o próprio imperador procurou dar ao país um desenvolvimento cultural mais sólido, incentivando as letras, as ciências e as artes. Estas ganharam um impulso de tendência nitidamente conservadora, que refletia modelos clássicos europeus.
Uma das características gerais da pintura acadêmica é seguir os padrões de beleza da Academia de Belas Artes, ou seja, o artista não deve imitar a realidade, mas tentar recriar a beleza ideal em suas obras, por meio da imitação dos clássicos, principalmente os gregos, na arquitetura e dos renascentistas, na pintura.
Os principais artistas acadêmicos são:
Pedro Américo de Figueiredo e Melo - Sua pintura abrangeu temas bíblicos e históricos, mas também realizou imponentes retratos, como o De Dom Pedro II na Abertura da Assembléia Geral, que é parte do acervo do Museu Imperial de Petrópolis - RJ. A sua obra mais divulgada é O Grito do Ipiranga, que atualmente no Museu Paulista.
Vitor Meireles de Lima - Em 1861, produziu em Paris, a sua obra mais conhecida A Primeira Missa no Brasil. No ano seguinte, já em nosso país,pintou Moema, que trata da famosa personagem indígena do poema Caramuru, de Santa Rita Durão. Os seus temas eram os históricos, os bíblicos e os retratos.
José Ferraz de Almeida Júnior - Considerado por alguns críticos o mais brasileiro dos pintores nacionais do século XIX. Suas obras retratam temas históricos, religiosos e regionalistas, além disso, produziu retratos, paisagens e composições. Suas obras mais conhecidas são: Picando Fumo, O Violeiro e Leitura.